Integrantes da Missão a Portugal compartilham experiência com ceramistas associados
09/05/2018
Observar tendências, ampliar networking no mercado internacional e conhecer novas tecnologias, materiais e melhores práticas do setor ceramista foi o propósito do Sinduscom-VT ao subsidiar parte das despesas de cinco empresários associados da região na Missão Internacional a Portugal entre os dias 14 e 21 de abril. E para compartilhar o aprendizado adquirido nas visitas técnicas organizadas pelo Sindicato das Indústrias de Olaria e de Cerâmica para Construção no Estado do Rio Grande do Sul (Sindicer/RS), a entidade promoveu um encontro entre os membros da pasta de Cerâmica e Olarias e os participantes da viagem na noite desta terça-feira (08) na sede do sindicato em Lajeado.
O diretor Fernando Roberto Bruxel, integrante da comitiva, descreveu a experiência e relatou aos presentes suas observações nas mais de dez empresas visitadas em Aveiro, Leiria e Coimbra. Segundo ele, estiveram no roteiro fábricas de cerâmica e de equipamentos de automação; central de extração de argila, laboratório e jazida; e o Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTVC). Especificando a rotina e os processos do setor naquele país, Bruxel detalhou algumas percepções quanto aos tipos de argilas utilizados, preparação de massa, extrusão e tipos de automação, secagem e tipos de secadores, queima e paletização do produto final.
Uma das principais constatações dizem respeito à eficiência energética das indústrias, que geram grande volume de produção a partir do uso sustentável de gás natural ou de biomassa oriunda do caroço de azeitona moído, resíduo de cortiça ou serragem como combustível. Por outro lado, é perceptível a estagnação do mercado português que, devido a inexistência de déficit habitacional, tem enfrentado fechamentos e vendas das fábricas de cerâmica. Os poucos que ainda estão ativos, concentram-se na exportação dos produtos, principalmente telhas, para países da África e Ásia, tendo como maior comprador a China. Bruxel também percebeu que, ao contrário do Brasil, em Portugal não há a preocupação ou fiscalização de órgãos competentes quanto às regras de segurança no trabalho, uso de EPI’s e aplicação das Normas Regulamentadoras (NR’s).
Bruxel comentou que apesar de algumas semelhanças com as fábricas daqui da região, a principal diferença das empresas portuguesas está relacionada ao uso da tecnologia e os recursos financeiros disponíveis. Na sua avaliação, os altos níveis de produção foram atingidos porque se trata de uma realidade muito diferente da brasileira, onde ainda se dificulta o acesso ao crédito para investimentos mais elevados.
Assim, a maior lição veio de uma perspectiva de longo prazo: “A gente vê outra realidade e dá aquele choque cultural. Essas visitas serviram para olhar para frente e pensar qual o nosso objetivo com a nossa fábrica. A partir disso, podemos nos organizar e planejar o futuro”. O diretor ainda revelou que alguns pontos observados durante a missão já estão sendo implantados e outros serão adaptados ao longo do tempo na sua empresa – Cerâmica Bruxel -, todos visando a melhoria dos processos e dos resultados da indústria.
Participantes
Além de Bruxel, o Sinduscom-VT também integrou a missão com o gerente executivo Valdir Schwarzer e com os associados Junior Compagnoni, da Rabaioli Compagnoni; Carlos Inácio Barth, da Cerâmica Barth; e Maurício Juchem, da Cerâmica Barrense.